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Índia quer comprar mais petróleo do Brasil, diz ministro indiano

Fonte: O Globo (25 de abril de 2022)

Índia é o terceiro maior importador e consumidor de petróleo do mun Foto: Kamal Kishore / Reuters

 

A Índia, terceiro maior importador e consumidor de petróleo do mundo, quer comprar mais petróleo do Brasil, disse nesta quinta-feira o ministro do Petróleo da Índia, Hardeep Singh Puri, após uma reunião com o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, na capital indiana.

 

“Expressamos ao ilustre ministro que estamos dispostos a aumentar o nosso petróleo (importado) do Brasil repetidas vezes”, disse Puri, acrescentando que as empresas indianas também devem ampliar o investimento no país.

 

As empresas estatais indianas Bharat Petroleum Corp e Oil and Natural Gas Corp têm feito investimentos no setor de exploração de gás e petróleo do Brasil.

 

A Índia quer importar petróleo do Brasil sob “contratos especiais de longo prazo”, diz o comunicado do governo divulgado após o encontros dos ministros, sem dar mais detalhes.

 

Em janeiro de 2008, o preço do barril superou a marca de US$ 100 pela primeira vez na história, devido às tensões geopolíticas no Irã, na Nigéria e no Paquistão. Tanto o Brent, referência no mercado europeu e no Brasil, como o WTI, referência nos EUA atingiram seu máximo histórico em 11 de julho: US$ 147,50 o barril do Brent e US$ 147,27 o do WTI.

 

Após a falência do banco americano Lehman Brothers, em setembro, e do início da crise financeira internacional, o preço começa a cair, já que os investidores precisam urgentemente de liquidez. Assim, em dezembro de 2008, o Brent já estava sendo negociado a US$ 36,20, e o WTI, a US$ 32,40.

 

A barreira dos US$ 100 é novamente rompida em janeiro de 2011, pelo risco de os protestos da revolta no Egito e da Primavera Árabe se espalharem pelos países produtores de petróleo do Oriente Médio. O Egito não é um produtor essencial, mas integra importantes rotas de escoamento, tanto via Canal de Suez como via oleoduto Suez-Mediterrâneo.

 

Ano inicia com o barril acima de US$ 100, com as sanções impostas ao Irã, suspeito de usar seu programa nuclear para desenvolver armas nucleares. Em represália, o Irã ameaça interromper suas entregas para a Europa. Grande parte do petróleo dos países do Golfo transita pelo Estreito de Ormuz, passagem que o Irã ameaçava fechar.

 

O preço do petróleo bruto passa perto dos US$ 90, o barri,l em junho de 2012, em meio à crise econômica na zona do euro. Até 2014, os preços evoluíram quase continuamente próximo dos US$ 100, sustentados pelo endurecimento das sanções contra o Irã e pelas tensões geopolíticas no Oriente Médio, em particular, pelo conflito na Síria.

 

O Brasil, que está aumentando sua produção de petróleo em 10% para 3,3 milhões de barris por dia, está disposto a atender a demanda indiana por petróleo, disse Albuquerque.

 

A Índia atende cerca de 84% de suas necessidades de petróleo por meio de importações e está procurando maneiras de reduzir suas despesas com o produto, o que inclui intensificar o uso de biocombustíveis.

 

Estatais de combustível da Índia estão ampliando a capacidade de armazenamento de etanol em 51%, diante de uma meta do país de dobrar a mistura do biocombustível com gasolina para 20% até 2025.

 

Puri disse que a Índia e o Brasil estão cooperando nas áreas de biocombustíveis e etanol.

 

A Unica, entidade que representa os produtores de açúcar e etanol no Brasil, assinou um memorando de entendimento com a Sociedade de Produtores Indianos de Veículos Automotivos para atuar nas áreas de etanol e tecnologia flex-fuel.

 

“Acreditamos que a Índia e o Brasil podem se unir para ajudar outros países que buscam aumentar o uso do etanol como combustível automotivo e desenvolver a tecnologia flex-fuel para reduzir a pegada de carbono”, disse Evandro Gussi, presidente-executivo da Unica.

 

A maior parte das importações e petróleo da Índia tem como origem o Oriente Médio e, em 2021, 9% das compras vieram da América Latina.

 

A Índia, recentemente, tinha aumentado suas compras de petróleo russo, disponível a preços mais baixos depois que algumas empresas e países acataram as sanções ocidentais a Moscou por sua invasão à Ucrânia.