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Nova variante do coronavírus e queda nos preços do petróleo podem limitar exportações em dezembro, diz Tendências

Fonte: Valor Econômico (02 de dezembro de 2021)

Após o déficit de US$ 1,3 bilhão na balança comercial divulgado nesta quarta-feira (1º) pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex), a expectativa é que os saldos voltem em dezembro para o campo positivo. Em linha, entre outros fatores, com a sazonalidade menos favorável às importações e com a esperada retomada gradual dos embarques de carne bovina para a China, aponta a economista Yasmin Riveli, da Tendências, em boletim. A variante ômicron do coronavírus e a queda mais recente de preços de  petróleo, porém, podem limitar as receitas de exportação em dezembro, diz ela.
 
O resultado da balança de novembro veio um pouco pior do que o esperado pela Tendências, que estimava déficit de US$ 1,2 bilhão em novembro. A consultoria revisou recentemente a projeção de superávit comercial em 2021 para US$ 59,3 bilhões, de US$ 66,4 bilhões esperados anteriormente.
 

Para a Tendências, ômicron e queda mais recente de preços de petróleo podem limitar as receitas de exportação em dezembro — Foto: Silvia Costanti/Valor


 
Em novembro, diz Yasmin, na nota, o resultado das exportações ficou abaixo do ritmo de crescimento observado nos últimos meses. Apesar de manutenção de alta das receitas com óleos brutos de petróleo e soja, indica, houve queda das exportações de carne bovina em razão da suspensão das compras adotada pela China até meados de novembro.
 
No fim do mês, porém, lembra Yasmin, o país asiático anunciou a liberação da compra de lotes de carne que já tinham certificação sanitária antes do embargo. Por outro lado, a queda dos preços do petróleo, acompanhando a liberação das reservas emergenciais dos Estados Unidos e outros países, e a elevação das incertezas globais diante do surgimento da variante Ômicron devem limitar altas mais expressivas das receitas de exportação.
 
Yasmin também destaca, do lado das importações, alta de 53,1% em novembro, com desempenho impulsionado por adubos e fertilizantes, óleos combustíveis de petróleo e medicamentos. No curto prazo, aponta o boletim, as importações devem seguir impulsionadas pelas compras externas de adubos e fertilizantes químicos, em linha com o avanço do plantio das novas safras de soja e milho, além dos combustíveis, com a gradual volta da mobilidade interna.
 
Por outro lado, a sazonalidade negativa de dezembro, o recente recuo dos preços do petróleo, o menor ímpeto da atividade interna e o câmbio desvalorizado surgem como limitantes.