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Infraestrutura de transporte no Brasil deve estar preparada para a demanda no pós-pandemia

Fonte: Jornal da USP (19 de outubro de 2021)

É preciso ter um preço final competitivo dos produtos, mas para isso leva-se em conta os custos e o tempo gasto durante o transporte – Foto: Fotos públicas/USP


 
Os investimentos em transportes podem chegar a R$ 238 bilhões, de acordo com cálculos, com recursos privados até 2022. Claudio Barbieri, professor do Departamento de Engenharia de Transportes da Escola Politécnica (Poli) da Universidade de São Paulo, comenta sobre investimentos e infraestrutura de transportes no Brasil ao Jornal da USP no Ar 1° Edição.
 
De acordo com Barbieri, a participação da iniciativa privada é estratégica ao investir em projetos de transportes e logística para favorecimento próprio. “Para a Vale, por exemplo, ser competitiva no mercado internacional de minério de ferro, ela precisa ter uma logística muito eficiente, visto que a posição do Brasil em relação à Ásia é muito desfavorável. Isso faz com que a empresa faça investimento não porque vai ganhar dinheiro no transporte do minério, mas sim porque ela vai conseguir ser lucrativa e ter benefícios na comercialização”, exemplifica Barbieri, ao destacar os interesses da iniciativa privada no setor de transporte. Ele ainda lembra do custo e tempo do transporte de produtos agrícolas, por exemplo. “Se o custo for muito alto, diminui a atratividade do produto brasileiro”, destaca. É preciso ter um preço final competitivo dos produtos, mas para isso leva-se em conta os custos e o tempo gasto durante o transporte.
 
“É importante tomar medidas para estimular alternativas mais eficientes do ponto de vista energético e ambiental, como são o transporte ferroviário, hidroviário e marítimo”, comenta Barbieri, ao destacar a dependência do Brasil de sua malha rodoviária e os agravantes que o aumento da energia e dos combustíveis representam para o modal. Ele ainda complementa que já existem projetos de ampliação de modais alternativos ao rodoviário, como o ferroviário, mas “não saem do papel e faltam investimentos e recursos”, destaca. Segundo Barbieri, a infraestrutura de transporte do Brasil, mas não somente, deve estar preparada com a crescente demanda do setor nesse período pós-pandemia para evitar problemas logísticos. “Não adianta só fazer obras novas, mas sim conservar a estrutura existente e manter a manutenção constante, por exemplo, de asfaltos de rodovias”, finaliza.