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Terminal salineiro de Areia Branca vai a leilão em novembro

Fonte: Tribuna do Norte (23 de setembro de 2021)

Com 35.114 m², o Tersal tem uma parte offshore (no mar) e outra onshore, sendo a principal plataforma de escoamento de sal

 
Está previsto para acontecer no próximo dia 5 de novembro o leilão do  Terminal Salineiro de Areia Branca (Tersab). A data foi anunciada nesta terça-feira (21) pelo presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido) em suas redes sociais. A privatização tem trazido expectativas de crescimento da atividade para as indústrias que operam no porto, mas, para os trabalhadores da Companhia Docas do Rio Grande do Norte (Codern), o temor do desemprego em massa, ao ponto de planejarem ingressar com uma ação judicial para suspender o certame.
 
Ao todo, o governo federal estima alcançar R$ 1,281 bilhão com os leilões dos portos que compreende ainda o de Fortaleza/CE, Maceió/AL e Santos/SP (dividido em duas partes). Os investimentos previstos para o Tersab, no Complexo Portuário de Areia Branca,  giram em torno de R$ 165 milhões durante 25 anos, prazo do contrato de arrendamento da estrutura.
 
A Codern informou em nota, por meio de sua assessoria de imprensa, que a negociação vai lhe proporcionar mais receita e uma série de investimentos em infraestrutura, tanto em Areia Branca como no Porto de Natal. “Os investimentos público e privado garantem a continuidade e o fortalecimento da indústria salineira do Rio Grande do Norte, de extrema importância para a economia do Estado e do País”, destacou a nota.
 
O terminal salineiro abrange 35.114 m², subdividido em uma parte offshore e outra onshore, dedicado à movimentação e armazenagem de granéis sólidos minerais, especialmente o sal, sendo a principal plataforma de escoamento do minério produzido no Rio Grande do Norte, com capacidade de 150 mil toneladas, o que faz do Estado o maior produtor de sal do País.
 
O presidente do Sindicato das Industrias de Extração do Sal do Estado do Rio Grande do Norte (Siesal/RN), Airton Torres, disse que a expectativa do setor é de crescimento da atividade a partir da desestatização. “A gente vê o leilão como algo irreversível porque é o caminho natural que as estatais estão seguindo. Possivelmente vamos ter vantagens. A operação do porto pelo setor privado nos traz expectativa de que a operação, como um todo, vai melhorar. Sendo operado pelo setor privado, esperamos melhor desempenho do terminal, com grande possibilidade de expansão”, declarou.
 
Essas melhorias, das quais ele se refere, passam pelo investimento em equipamentos que devem permitir a operação com maiores volumes, aumentando a carga. “É aí que vemos que teremos vantagem. Quanto ao aumento de custos, o mercado é que vai dizer se haverá e de quanto será, já que o porto continuará público, apenas arrendado. Em 25 anos deverá haver negociações entre a empresa operadora e os produtores, com tarifas definidas pelo setor regulador”, explicou ele.
 
O estudo para o leilão do terminal salineiro vem se estendendo desde 2019, obedecendo uma série de requisitos como a realização de audiências públicas. O empreendimento foi qualificado na 13ª reunião do Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos – PPI, por meio da Resolução nº 121, de 10/06/2020. Esse documento opina pela qualificação de empreendimentos públicos federais do setor portuário e do setor de transporte rodoviário no âmbito do PPI e previa o leilão do terminal salineiro no primeiro semestre de 2021.