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Gargalos no frete marítimo se agravam e custos globais sobem

Fonte: Moneytimes (27 de agosto de 2021)

Os fretes estão batendo recordes e alguns exportadores estão elevando preços ou simplesmente cancelando embarques de mercadorias (Imagem: Pixabay/HesselVisser)


 
O estrangulamento nas cadeias de suprimentos que deveria ser temporário agora parece fadado a durar até o ano que vem, com o avanço da variante delta do coronavírus atrapalhando a produção nas fábricas na Ásia, interrompendo o transporte marítimo e causando mais choques na economia mundial.
 
Fábricas que já enfrentavam escassez de componentes essenciais e energia e matérias-primas mais caras agora são obrigadas a pagar mais para conseguir espaço nos navios.
 
Os fretes estão batendo recordes e alguns exportadores estão elevando preços ou simplesmente cancelando embarques de mercadorias.

“Não conseguimos componentes suficientes, não conseguimos contêineres e os custos aumentaram tremendamente”, lamentou Christopher Tse, CEO da Musical Electronics, empresa com sede em Hong Kong que faz uma variedade de produtos de consumo, como alto-falantes Bluetooth e o Cubo Mágico.
 
Fretes e semicondutores mais caros podem alimentar a inflação, alertou Chua Hak Bin, economista sênior da firma de pesquisas Maybank Kim Eng Research em Singapura. A Giant Manufacturing de Taiwan, a maior fabricante mundial de bicicletas, está entre as companhias que pretendem aumentar preços para refletir a alta dos custos.
 
Eric Chan, CEO de uma fabricante de máquinas de café em Hong Kong, não espera alívio nos próximos meses. Diante da crescente demanda por eletrodomésticos, ele conta que tem feito malabarismos para manter uma linha de produção que envolve centenas de componentes.
 
“Estamos estocando componentes críticos para um ano de uso porque, se perdermos um componente, não podemos fabricar os produtos”, disse Chan, que comanda a Town Ray Holdings.
 
A disseminação da variante delta, principalmente no Sudeste Asiático, chega a impedir o funcionamento de muitas fábricas.
 
No Vietnã, o segundo maior produtor mundial de roupas e calçados, o governo determinou que as fábricas permitam que os funcionários durmam no local de trabalho para dar continuidade às exportações.

Tse disse que os ímãs usados no Cubo Mágico ficaram 50% mais caros desde março, elevando o custo de produção do brinquedo em cerca de 7%.