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O impacto da pandemia para os jovens e adolescentes

Fonte: Estadão (22 de abril de 2021)

Pesquisadores consideram que a população mais afetada em termos de saúde mental na Pandemia é a de jovens entre 13 e 25 anos. O cérebro na adolescência é extremante sensível a experiência. 45,5% das ocorrências de autoagressão, automutilações e tentativas de suicídio ocorrem entre jovens entre 15 a 29 anos (Ministério da Saúde, 2019).
 
Em tempos de pandemia Pais e escolas precisam saber se o adolescente está sofrendo, bem como profissionais de saúde da linha de frente. É necessário investir e desenvolver formas de ajudar os jovens a lidar com suas emoções e dificuldades.

De acordo com o CONJUVE, ONU, Fundação Roberto Marinho, Unesco (2020); Bouer, (2020); NUBE – Núcleo Brasileiro de Estágios (2020), a Pandemia de Covid19 trouxe uma série de consequências psicossociais para essa população, entre elas: Depressão, Desemprego, Angústia, ansiedade e estresse, Insônia, Insegurança em relação ao Futuro, diversos prejuízos na saúde física e mental.
 
Além disso, cabe destacar que Jovens que passam mais de 9 horas por dia conectados a smartphones, tablets, computadores etc tem risco duas vezes maior de se queixar de tristeza, angústia, ansiedade e estresse, em comparação a quem fica 2 horas conectado. Trocar as relações de verdade por mensagens de texto, dormir mal por causa do excesso de estímulos eletrônicos, trocar atividade física e exposição a luz solar por horas na frente de uma tela constituem fator de risco para a saúde mental .E a maior parte da população mundial fez isto graças as medidas de contenção da Covid-19 no último ano. Imagine o impacto disso em um cérebro em transformação?
 
Algumas estratégias precisam ser realizadas para ajudar os jovens a lidar com os impactos da pandemia. Investir em estratégias para aprimorar a autorregulação emocional (fundamental para vida bem-sucedida), para administrar impulsos e lidar com as emoções. As técnicas de mindfulness, relaxamento, identificação e regulação das emoções (como ansiedade, medo e tristeza) podem ajudar muito nesse contexto.
 
Outro ponto importante é ensinar aos jovens a administrar o estresse no dia e dia, reconhecer e lidar com pensamentos e emoções assustadoras. Investir em estratégias aprimorar a tomada de decisão, e aprender a solução de problemas Simples e Complexos. Gerir o tempo adequadamente e melhorar a auto-organização e autonomia para lidar com os desafios do ensino híbrido (presencial e online).
 
Desenvolver a autoconfiança e o otimismo realista, bem como a capacidade de resiliência pessoal para lidar com os desafios atuais e as mudanças que estão por vir ,podem representar um grande reforço e repercutir positivamente no desenvolvimento e perspectivas dos jovens nesse momento de pandemia.
 
Por Monica Portella, psicóloga, pós-doutora em psicologia pela PUC-Rio, doutora em psicologia social e cognitiva pela UFRJ e mestre em psicologia social pela UFRJ. Atualmente trabalha com terapia cognitivo comportamental e psicologia positiva no Rio de Janeiro