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Produtividade, conexão, flexibilidade: pesquisa aponta os principais desafios do home office após um ano de pandemia

Fonte: G1 (05 de abril de 2021)

Pesquisa da Workana mostra que 84,2% dos líderes entrevistados pretendem continuar com o trabalho remoto. Para isso, eles acreditam que o equilíbrio entre a vida profissional e pessoal é um aspecto a ser priorizado, e isso inclui a flexibilidade de horários – (Imagem: Marcelo Camargo/Agência Brasil)


 
Em um ano de pandemia, muitas empresas consolidaram o home office como modelo de trabalho no país. Pesquisa da Workana, plataforma que conecta freelancers a empresas da América Latina, mostra que, mesmo quando a pandemia acabar, a intenção de 84,2% dos líderes entrevistados é continuar com o trabalho remoto.
 
Para isso, eles acreditam que o equilíbrio entre a vida profissional e pessoal é um aspecto a ser priorizado, e isso inclui a flexibilidade de horários.
 
Essa modalidade de trabalho, aponta o levantamento, levará a um trabalho mais orientado a objetivos e metas do que ao cumprimento de jornadas de trabalho fixas. Os líderes de empresas também destacam que outro fator no qual deverão trabalhar é a melhoria da tecnologia e conectividade dos funcionários que trabalham remoto.
 
Veja abaixo as ações prioritárias para melhorar o trabalho remoto, segundo as empresas:

  • Melhorar a tecnologia e a conectividade: 35,7%
  • Flexibilidade de horários para assegurar o equilíbrio entre a vida pessoal e o trabalho: 28,6%
  • Oferecer mais cursos sobre trabalho remoto: 14,3%
  • Oferecer uma solução para ajudar os funcionários com filhos: 14,3%
  • Melhorar equipamentos e servidores (para usar em casa): 7,1%

 
O levantamento, feito com 2.810 profissionais CLT, freelancers e líderes de empresas na América Latina, sendo 42% somente do Brasil, aponta os principais desafios considerados na rotina do trabalho à distância.
 
Além do equilíbrio entre vida pessoal e profissional e do trabalho com base em resultados e objetivos, a comunicação mais transparente e saúde mental são alguns dos desafios apontados na pesquisa.
 
Trabalho com foco nos resultados
De acordo com a pesquisa da Workana, 35,2% dos CLTs acreditam que, no futuro, o trabalho será mais flexível, e o sucesso será medido pelo resultado oferecido, e não pelas horas trabalhadas. Número bem parecido com o dos líderes de empresas, 38,6%, que também apostam que essa flexibilidade pode gerar um bom retorno.
 
De olho nessa tendência, é fundamental que os gestores orientem seus colaboradores pensando nos objetivos que eles têm a alcançar, e não apenas nas horas que precisam cumprir.
 
Até porque, mesmo atuando à distância, 42,6% dos colaboradores CLT consideraram sua produtividade excelente, 39,3% muito boa, 14,8% boa – contra apenas 3,3% que acharam regular ou ruim -, e 63,2% dos gestores disseram ter notado que os funcionários tiveram a mesma performance de quando estavam no escritório, ou aumentaram a produtividade com essa certa liberdade que o home office traz.
 
Além disso, a pesquisa mostra as habilidades que as empresas precisarão no futuro pós pandemia:

  • Pensamento ágil focado: em soluções: 19,2%
  • Rápida adaptação às mudanças: 16,9%
  • Compromisso com as suas tarefas, apropriação da responsabilidade: 15,9%
  • Inovação: 14,7%
  • Gestão de tempo e tarefas: 13%
  • Autonomia: 11,9%
  • Liderança: 8,5%

Os funcionários das empresas acreditam que é possível cumprir seus objetivos profissionais trabalhando de maneira remota. E as empresas estão começando a pensá-lo como uma alternativa viável. Por outro lado, o benefício do home office é um valor que cada vez ganha mais força e é levado em conta pelos profissionais no momento de escolher a empresa em que irão trabalhar.
 

  • 96,7% afirmam que o benefício do home office será um diferencial no momento de escolher a empresa onde querem trabalhar.
  • 94,2% afirmam que gostariam de continuar trabalhando remoto depois da pandemia.
  • 91% acreditam que trabalhando com base em seus resultados é possível realizar tudo sem precisar trabalhar exatamente 8 horas por dia, todos os dias, em um escritório.

 
A pesquisa entrevistou os funcionários para saber como será o futuro do trabalho. Veja abaixo:

  • O trabalho será mais flexível e o sucesso no trabalho será medido pelo resultado oferecido, e não pelas horas trabalhadas: 35,2%
  • Haverá mais liberdade e autonomia no trabalho, e mais do que nunca os chefes terão que converter-se líderes: 17,2%
  • A empresa deverá ter uma comunicação mais transparente, pois assim o funcionário estará alinhado com os objetivos da empresa, mesmo à distância: 16,4%
  • Os processos e comunicações deverão ser online, e estar ou não no escritório já não será tão importante: 16,4%
  • Os líderes deverão ser capazes de acompanhar as equipes remotas: 14,8%

 
Os funcionários também apontaram as habilidades que eles consideram necessárias para trabalhar em home office. Veja abaixo:

  • Organização e distribuição de tarefas de maneira mais eficiente: 27,9%
  • Adaptabilidade e resiliência: 20,5%
  • Autonomia: 15,6%
  • Sentido de prioridade: 15,6%
  • Nenhuma: 11,4%
  • Proatividade no trabalho: 9%

 
Do ‘centrado no escritório’ ao ‘centrado no profissional’
O trabalho deixou de ser o lugar para onde vamos e, com isso, as empresas precisam deixar de ser centradas no escritório e ressignificar o trabalho dentro da perspectiva centrada no profissional, que coloca as pessoas e suas necessidades no centro de tudo, tendo como ponto de atenção o equilíbrio entre vida pessoal e profissional, e a saúde mental.
 
Isso porque, durante a pandemia, por exemplo, 24% dos funcionários alegaram ter tido dificuldade de concentração, 13,2% sentiram ansiedade, 5,8% depressão e 0,8% claustrofobia. Tanto que 10,5% dos líderes afirmaram que também no pós-pandemia, as empresas terão uma preocupação maior com a saúde mental e física dos funcionários.
 
E com a possibilidade de haver uma diminuição dos escritórios – que é no que 10,1% dos gestores apostam -, ou até uma extinção deles, algo que para 13,7% será uma realidade no pós-pandemia, as estratégias de gestão devem estar ainda mais voltadas a essas questões, observando de forma empática os colaboradores e o papel que eles desempenham em suas equipes.
 
Transparência na comunicação e gestão
Na pandemia, 89,3% dos funcionários consideraram a comunicação das empresas excelente, boa ou muito boa. Mas, para que o funcionário esteja alinhado com os objetivos da companhia, mesmo que à distância, para 16,4%, no futuro a comunicação deverá ser mais transparente, e também para 16,4%, os processos e comunicações devem ser online, e estar ou não no escritório não fará diferença.
 
Por tal motivo, os líderes terão que reforçar a comunicação e torná-la o mais transparente possível, trabalhando-a, inclusive, de forma a contribuir para o desenvolvimento de habilidades pessoais e técnicas dos colaboradores. Mas só 8,8% dos gestores afirmaram que a empresa deverá ter uma comunicação mais transparente no futuro.
 
Em seu levantamento, a Workana identificou que as empresas que ouviram mais as necessidades dos seus funcionários foram as que tiveram mais facilidade para se adaptar ao trabalho remoto.
 
Por isso, estabelecer uma relação de confiança com os funcionários e contar com a opinião deles nas tomadas de decisão sobre a empresa – principalmente em questões que os envolvem -, é crucial para que haja um elo entre ambos, e que a cultura corporativa seja capaz de motivar as equipes, que é no que apostam 17,2% dos gestores para o mundo do trabalho daqui para frente.
 
Contratação de profissionais de outras localidades
As fronteiras quando o assunto é contratação de profissionais ficaram no passado. Com o home office, ficou claro que profissionais podem ter acesso a oportunidades em qualquer lugar do mundo, assim como as empresas podem contar com esses talentos estejam onde estiverem.
 
Assim, 16,1% dos líderes afirmaram que na hora de uma contratação o único parâmetro a ser considerado será a competência do profissional, já que serão contratadas pessoas de outras províncias ou países, reduzindo a atual escassez de profissionais qualificados sinalizada pelas empresas e aumentando o número de oportunidades de emprego aos trabalhadores.
 
Medidas de adaptação ao home office
Tanto para os funcionários quanto para as empresas, as principais iniciativas de adaptação ao trabalho remoto foram maior flexibilidade no trabalho, ferramentas digitais e equipamentos para o trabalho remoto e canais de comunicação com os líderes. Porém, 14,7% dos funcionários disseram que as empresas não propuseram nenhuma iniciativa na implementação do home office.
 
Veja as iniciativas das empresas para ajudar seus funcionários na adaptação do trabalho remoto – na perspectiva dos funcionários:

  • Ofereceram ferramentas digitais para o trabalho remoto: 21,9%
  • Ofereceram mais flexibilidade no trabalho: 20,4%
  • Não propuseram iniciativas específicas: 14,7%
  • Ofereceram equipamento para trabalhar remoto (como notebook): 14,6%
  • Disponibilizaram canais de comunicação com todos os líderes: 13,8%
  • Ofereceram cursos sobre trabalho remoto: 6,3%
  • Ofereceram assistência psicológica, atividades físicas online, atividades para os filhos, etc: 5,2%
  • Adaptaram benefícios (no lugar do vale-refeição colocaram o valor em outro benefício como vale-alimentação): 1,8%
  • Ofereceram estrutura melhor para trabalhar remoto (como cadeira ergométrica): 1,3%

 
Veja as iniciativas das empresas para ajudar seus funcionários na adaptação do trabalho remoto – na perspectiva das empresas:

  • Oferecemos ferramentas digitais para o trabalho remoto: 22,5%
  • Oferecemos equipamento para trabalhar remoto (como notebook): 28,5%
  • Oferecemos mais flexibilidade no trabalho, já que vivemos num momento em que não se pode ter 100% de produtividade: 20,5%
  • Disponibilizamos canais de comunicação com todos os líderes: 11,9%
  • Oferecemos cursos sobre trabalho remoto: 5,3%
  • Oferecemos estrutura melhor para trabalhar remoto (como cadeira ergométrica ou outro equipamento): 4%
  • Oferecemos treinamento de liderança remota para líderes: 4%
  • Oferecemos assistência psicológica, atividades físicas online, atividades culturais, etc: 3,3%