Login
Associe-se
NOTÍCIAS

Porto do Açu prevê começar a exportar soja em 2021

Fonte: Valor Econômico (10 de dezembro de 2020)

José Firmo – Foto: Divulgação


 
A Porto do Açu Operações, responsável pela gestão do complexo portuário da Prumo Logística em São João da Barra (RJ), tem planos de se firmar, na safra 2020/2021, no agronegócio. A empresa passou a operar este ano na importação de fertilizantes e espera, no fluxo reverso, começar a exportar grãos a partir do próximo ano. O foco inicial será o embarque de soja.
 
Para operar no agronegócio, o Açu construiu em 2020 um armazém coberto no Terminal Multicargas, com capacidade para armazenar 25 mil toneladas ao mês de insumos. A empresa planeja quadruplicar a estrutura até 2022.
 
Com a movimentação de grãos, a ideia da companhia é desenvolver um fluxo reverso para a importação de fertilizantes. As cargas de adubo que chegam hoje ao Açu têm como destino, sobretudo, as fazendas de café de Minas Gerais e do oste do Espírito Santo.
 
A intenção, para o ano que vem, é que os caminhões que partem do Açu rumo a Minas com adubos, voltem transportando soja para o porto. A empresa pretende se tornar também uma rota de exportação de soja e milho do Centro-Oeste, e não apenas de grãos oriundos de produtores mineiros.
 
Num primeiro momento, o porto fluminense vê potencial para exportar cerca de 1 milhão de toneladas por ano de grãos, a partir do escoamento via rodovias. No futuro, o Açu acredita que pode se consolidar como uma rota do agronegócio brasileiro, se confirmada a construção da ferrovia EF-118 (Vitória-Rio) até o fim da década de 2020. O Açu estima que, com a conexão à infraestrutura ferroviária, o potencial de exportação de grãos do porto pode atingir 3,9 milhões de toneladas ao ano.
 
“Existe uma demanda reprimida por logística tão grande que, [mesmo] através da rodovia, conseguimos atender [ao agronegócio], desde que consigamos ser eficientes”, comentou o presidente da Porto do Açu Operações, José Firmo, a jornalistas.
 
Além do escoamento de grãos e importação de adubos, o Açu tem planos, também para o futuro, de construir uma fábrica de fertilizantes no local. A empresa aposta na abertura do mercado brasileiro e seus efeitos na queda dos preços do gás natural – uma das principais matérias-primas para produção de amônia e ureia – para colocar de pé o projeto.
 
O assunto está sendo discutido dentro do planejamento estratégico 2030 da Porto do Açu Operações – controlada pela Prumo Logística (do fundo americano EIG), com 98,3%, em parceria com o Porto de Antuérpia. da Bélgica.
 
O Porto do Açu exporta, atualmente, sobretudo, minério de ferro e petróleo – embarques que, mesmo num ano abalado pela pandemia de covid-19, têm crescido. A expectativa da empresa é que o terminal portuário de minério, operado pela Ferroport (joint venture entre a Anglo American e a Prumo), feche 2020 com uma movimentação de 24 milhões de toneladas – acima, portanto, do desempenho de 2019, de 23 milhões de toneladas.
 
O presidente do Grupo Prumo, Tadeu Fraga, disse ainda que o terminal de transbordo de petróleo deve fechar o ano com volumes “significativamente maiores” que os de 2019. A companhia, porém, não dá maiores detalhes sobre as operações da commodity, devido ao período de silêncio imposto após o registro de pedido de abertura de capital da Açu Petróleo (Prumo/Oiltanking).
 
O Açu mira, contudo, oportunidades de negócios no setor de energias renováveis. A ideia é atrair plantas solares para a área disponível no porto, por exemplo. “Estamos vivendo um momento na sociedade em que a discussão sobre sustentabilidade está se transformando em investimento. E tem toda uma ideia que estamos desenvolvendo para aproveitarmos a vocações naturais do Açu”, disse Firmo.