Login
Associe-se
NOTÍCIAS

Pandemia pode trazer de volta o protecionismo, alerta Secretário de Comércio Exterior no 39º. ENAEX

Fonte: Comex do Brasil (13 de novembro de 2020)

Foto: Gustavo Raniere/ME


 
Rio de Janeiro – O Secretário Especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais, Roberto Fendt Junior, fez uma clara defesa das iniciativas e instituições multilaterais, bem como da integração entre as cadeias econômicas globais em sua palestra no 39º ENAEX.
 
Fendt afirmou que os efeitos da pandemia fazem emergir o fantasma do protecionismo e das barreiras unilaterais, destacando que, segundo a OMC, o volume do comércio internacional recuará 9,2% em 2020 e deve crescer 7,2% em 2021, valor insuficiente para recuperar as perdas.
 
O Secretário destacou, no entanto, a crença do governo brasileiro de que esse movimento negativo será passageiro. Segundo ele, essa visão se expressa nos diversos acordos multilaterais em curso, como o do Mercosul com a União Européia e o protocolo adicional ao Acordo de Comércio e Cooperação Econômica (Atec), com os EUA, além do compromisso com fóruns multilaterais, como a OMC, dentre diversas outras medidas.
 
Para o Secretário, o Brasil tem muito a avançar nesse sentido, como evidenciam os números mostrando que o país fica à frente apenas de Cuba, Turcomenistão e Sudão na importação de bens e serviços em relação ao PIB, conforme dados de 2018.
 
Fendt ressaltou ainda a prioridade dada pelo governo brasileiro para a entrada na OCDE, elogiou a aprovação da autonomia do Banco Central no Senado e mostrou confiança na retomada em “V” da economia brasileira, o que já ficaria evidente nas previsões sobre a queda do PIB em 2021. O FMI, por exemplo, que estimou um recuo de até 9,1%, no início da pandemia, alterou suas projeções para 5,8%, enquanto outras instituições, como o Banco Mundial, indicam um número ainda menor, de 5,4%.
 
O Secretário também chamou atenção para o trabalho do governo em prol das reformas, imprescindíveis para aumentar a produtividade da economia nacional, aliadas à responsabilidade fiscal. Nesse sentido, ele não vê prejuízo – nem contradição – com as medidas emergenciais tomadas durante a pandemia nem com os investimentos em infraestrutura, para os quais o governo conta com a participação da iniciativa privada. Na sua percepção, o país atuou – e atuará – de forma responsável nessa esfera.
 
“Mais infraestrutura, menos custos e mais mercados externos” é o tema do 39ª ENAEX, promovido pela Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB). O Enaex termina amanhã, com a participação do ministro da Economia, Paulo Guedes, e do vice-presidente da República, Hamilton Mourão, que fará o encerramento do evento. Confira a programação completa de amanhã, dia 13 de novembro, em enaex.com.br
 
(*) Com informações da AEB