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Especialista defende uso de tecnologia para identificar cargas perigosas abandonadas no Porto

Fonte: A Tribuna (07 de agosto de 2020)

“Porto é lugar de passagem, não de armazenagem”, avalia Hallite (Carlos Nogueira/AT)


 
Utilizar a tecnologia para identificar produtos químicos perigosos no Porto de Santos e dar destinação adequada e rápida para cargas abandonadas no cais santista. Estas são algumas ações que devem ser tomadas imediatamente, segundo o consultor portuário Hélio Hallite.
 
“Mercadorias perigosas não podem morar no porto e porto é lugar de passagem e não de armazenagem”, destacou o especialista em comércio exterior. Ele se refere à carga de nitrato de amônio que ficou armazenada por mais de seis anos no complexo portuário de Beirute, no Líbano, e causou uma explosão, na última terça-feira.
 
Segundo Hallite, outro grande acidente foi causado por conta da armazenagem irregular da carga. Trata-se da explosão no porto de Tianjin, na China, que deixou 50 mortos e mais de 700 feridos, há quase cinco anos.
 
Para o professor universitário, o ideal é que seja adotado um protocolo mais preciso e inteligência de rastreamento de cargas, especialmente as controladas pelo Exército. Para isso, o especialista sugere o mesmo tratamento utilizado no combate ao narcotráfico, com o escaneamento de mercadorias.
 
“Porto foi planejado, sim, para trabalhar com cargas perigosas. Temos a Alamoa, a Ilha Barnabé, lugares que acostumamos a ouvir que são barris de pólvora. Essas cargas devem ser muito bem geridas e manipuladas. Tem um protocolo bem interessante que é sair do porto e ir direto para a produção”, destacou Hallite.
 
Antes disso, porém, os produtos perigosos devem ser separados. “Cargas perigosas, no caso de contêiner, vão para áreas segregadas, não ficam na pilha comum. No caso de Beirute, pelo tempo no pátio, só podia ter esse fim. O produto vai ficando saturado, pegando umidade e exposto ao sol”.