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Direção da Klabin confia em fim de royalty

Fonte: Valor Econômico (07 de agosto de 2020)

Teixeira, diretor-geral: “Proposta é produto de avaliação de gente independente” — Foto: Silvia Zamboni


 
O diretor-geral da Klabin, Cristiano Teixeira, se mostrou confiante na incorporação da Sogemar pela empresa de papel e celulose, com extinção do pagamento de royalties por uso da marca a controladores. Em teleconferência sobre os resultados do segundo trimestre, o executivo afirmou que a administração reconhece muito valor na operação do jeito que ela está apresentada e disse que a documentação produzida para a nova proposta deve ser reconhecida como um ganho para todos os acionistas da empresa.
 
“Essa proposta é produto de avaliação de gente independente, de muito bom nível, todos reconhecidos na área em que atuam. Houve liberdade de levantar toda a documentação necessária, inclusive buscando pareceres de pessoas que não tinham rotina com a Klabin, e a oportunidade de chamar executivos importantes de empresas que passaram por processos relativamente parecidos para que o depoimento fosse colocado na documentação a ser avaliada”, explicou Teixeira.
 
O executivo disse agradecer publicamente ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), “que foi peça fundamental nessa proposta de criação de um ambiente para debate e levantamento de documentos”. “Essa intenção desse acionista específico é reconhecida por nós de grande valor”, afirmou o executivo.
 
A nova proposta avalia a marca em R$ 367 milhões. “A documentação pronta fará com que façamos, de forma digital, roadshows com os mais importantes acionistas da companhia demonstrando a criação de valor e a importância pela qual a gente pede apoio na eventual assembleia”, afirmou. Não foi citada uma data para a assembleia, mas ela deve ocorrer em outubro, segundo fontes ouvidas pelo Valor no fim de julho.
 
Questionado sobre a governança da empresa, Teixeira afirmou que a Klabin não pode “abrir mão” de um Klabin no conselho. “A visão de um Klabin no mercado de papel e celulose tem que ser privilegiada sempre.” Para Teixeira, a companhia cada vez mais tem conseguido dosar a visão estratégia e visões complementares em seu conselho. O executivo também citou a recente formalização da política de dividendos e endividamento como um avanço na governança corporativa.
 
O diretor-geral da Klabin, no entanto, afirmou que a migração para o Novo Mercado da B3 não está em sua agenda. “O que está na minha agenda é uma agenda de criação de valor. Não seria maluco de dizer que o Novo Mercado não cria valor, mas vai acontecer quando tiver que acontecer.”
 
O executivo também foi questionado sobre a criação de valor para a companhia com base nos critérios ESG (sigla em inglês para ambiental, social e de governança corporativa). De acordo com Teixeira, práticas de sustentabilidade estão no setor há décadas, mas é preciso tratar da regulamentação do setor, como a precificação do carbono. “A precificação do carbono tem benefícios econômicos para ser considerados no ‘valuation’. O que precisa é a regulamentação e aí entra discussão entre governos e posicionamentos institucionais e do que depender do nosso setor, vai ter apoio. Assim, isso vai ser traduzido em valor para as empresas quando passar do discurso”, disse. O executivo explicou que hoje a Klabin não vende créditos de carbono, mas que, a partir da regulamentação, estará pronta para vendê-los.