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Com comitê de inclusão, Usiminas busca ampliar a diversidade na indústria siderúrgica

Fonte: Época Negócios (06 de agosto de 2020)

O programa de diversidade da Usiminas atua diretamente em questões de equidade racial e de gênero, inclusão de pessoas com deficiência e defesa dos direitos LGBTQI+ (Foto: Usiminas)


 
Ajudar a transformar um setor conhecido por ser fortemente masculino e abrir os horizontes da empresa para a diversidade. É assim que a Usiminas, uma das principais indústrias siderúrgicas do país, define sua jornada para tornar a companhia mais diversa e inclusiva. Criado em 2019, o programa de diversidade da Usiminas possui com quatro pilares: equidade de gênero, LGBTQI+, pessoas com deficiência e raça e etnia. Cada grupo conta com o apoio de até 15 colaboradores, além de um líder e um membro da diretoria como uma espécie de padrinho.
 
O desafio de incluir a diversidade na empresa, no entanto, começou em 2017, dois anos após o executivo Sergio Leite assumir a presidência da companhia.
 
Naquele momento, a empresa enfrentava conflitos entre acionistas e o risco de uma possível recuperação judicial, lembra Leite. “A Usiminas passava por uma tempestade e só conseguimos revitalizar a empresa um ano depois”, conta o executivo. “Quando anunciei os resultados desse primeiro ano de gestão aos nossos colaboradores, afirmei que a Usiminas precisava ser um empresa de gente feliz. E, para isso, um dos caminhos seria a diversidade, sermos inclusivos, cuidar das pessoas.”
 
Desde então, a Usiminas assumiu o compromisso de implementar a diversidade em todos os níveis gerenciais e o desafio de envolver os mais de 15 mil colaboradores próprios e 11 mil tercerizados espalhados pelo Brasil em temas como racismo, empoderamento e liderança feminina e direitos LGBTQI+. Para isso, conta com o apoio de cinco vice-presidentes, incluindo o CEO, Sergio, quem atuam como líderes em cada uma das frentes do comitê.
 

Sergio Leite, presidente da Usiminas (Foto: Divulgação)

 
Além dos líderes, cada pilar do programa conta com um grupo de voluntários formado pelos próprios colaboradores da companhia. Segundo o presidente da Usiminas, que lidera a frente LGBTQI+, cada tema possui planos de ação. “Nós queremos uma empresa mais diversa e inclusiva, que respeite as pessoas”, explica o executivo. “Nós também queremos uma empresa que dê mais espaço para as pessoas com deficiência. Para isso, já temos um acordo com o Ministério Público que prevê uma cota obrigatória de vagas para PCDs na empresa.”
 
Mas a Usiminas espera ir além, reforça Sergio Leite. Para a companhia que produz o aço usado na fabricação de automóveis, geladeiras, fogões, entre outros equipamentos, além de soluções para os principais desafios industriais do país, também há o desafio interno de reduzir a desigualdade de gênero no setor. Com ações afirmativas, conseguiu elevar em 40% a presença de mulheres em um dos principais programas de entrada na companhia. O número é visto com otimismo, já que a taxa de mulheres nos quadros da empresa era tradicionalmente algo em torno de 7%.
 
Mais do que incentivar a entrada de mulheres no ramo siderúrgico, a meta é também garantir condições de desenvolvimento e crescimento profissional, segundo a empresa. Após o primeiro ano de implementação do programa de diversidade, a empresa lançou um workshop de liderança feminina na Soluções Usiminas, uma das empresas do grupo.
 
Além disso, aderiu, ao lado de outras 291 empresas brasileiras também signatárias, o pacto WEPS (“Women Empowerment Principles” ou Princípios de Empoderamento das Mulheres, em tradução livre) da Organização das Nações Unidas (ONU), que incentiva a promoção de igualdade entre homens e mulheres e o empoderamento econômico e liderança das mulheres para um crescimento sustentável.
 
A companhia também assinou outros dois importantes pactos relacionados à diversidade. O Fórum Empresas e Direitos LGBTI+, que reúne grandes empresas em torno da promoção dos direitos humanos LGBTI+, e o Coalizão Empresarial para Equidade Racial e de Gênero, carta que prevê a eliminação da discriminação racial e a promoção de igualdade de oportunidades entre homens e mulheres.
 
Um dos principais fatores que contribui para a existência e efetividade do programa de diversidade da Usiminas, empresa com 64 anos de existência, é o envolvimento das lideranças, destaca o presidente da companhia. “São os líderes que fazem as equipes atuarem, que constroem os resultados. Por isso, é fundamental o envolvimento de todas as nossas lideranças em torno desse tema”, afirma Sergio.
 
“Já é comprovado que companhias mais diversas têm maiores chances de apresentar crescimento em seus resultados. Embora o foco seja nas pessoas, na inclusão e no respeito, esse crescimento também é essencial para a perenidade da empresa.”