No momento em que o pesquisador pega uma amostra que contém o vírus e coloca na solução criada, a supressão da fluorescência é imediata. “Ele se transforma em um teste molecular semelhante à metodologia padrão ouro de hoje PCR, só que com resultado praticamente imediato”, salientou Fidalgo.
A presença do vírus pode ser detectada nas hastes de coletas das secreções da garganta e do nariz, chamadas
Swabs.
As hastes são armazenadas em tubos coletores com reagentes, que mudam de cor ou têm alterada sua natureza fluorescente no caso de o vírus ser detectado.
Embora acredita que a nova fórmula não vai substituir a testagem padrão ouro PCR, porque existe um protocolo de confirmação do resultado, Fidalgo avaliou que a estratégia molecular que o ISI QV e seus parceiros desenvolveram vai ser mais confiável que os testes rápidos que estão disponíveis atualmente, com a vantagem de ser mais ágil e baratear a testagem.
O objetivo do trabalho foi desenvolver estratégias para combate à covid-19 e aumentar a capacidade de testagem da população.
Ajustes finais
A nova fórmula passará ainda por alguns ajustes finais nos próximos dois ou três meses, para que a Science Biotecnologia, que é a parceria comercial, possa pensar como vai fazer a produção e a distribuição do novo teste molecular rápido.
A expectativa é que o teste imediato esteja disponível para o mundo até dezembro.
A bioquímica da Universidade do Estado de Santa Catarina e diretora da Scienco, Maria de Lourdes Magalhães, analisou que a grande vantagem é que se trata de um “teste de custo reduzido, tecnologia nacional, fácil de usar, permitindo a detecção imediata do vírus e não necessita de uma mão de obra altamente qualificada para a manipulação da formulação”.
O projeto foi desenvolvido em três meses, usando tecnologia 100% nacional, e teve financiamento do Departamento Nacional do Senai e da Associação Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI).
Participaram também pesquisadores das Universidades Federal do Rio de Janeiro, Federal Rural do Rio e Universidade Estadual de Santa Catarina, sob a liderança do ISI QV. Mais de 40 pesquisadores dos quatro institutos estiveram envolvidos no projeto.
O edital estabeleceu que todas as informações são públicas, o que quer dizer que qualquer empresa ou laboratório do
Brasil e do mundo pode produzir igualmente o novo teste, se tiver interesse e sem pagar nada por isso. “É um projeto de inovações abertas. Tudo o que foi produzido aqui não será patenteado e será público”.
Qualquer um que quiser desenvolver a mesma molécula ou usar a mesma estratégia terá os dados disponíveis
O objetivo é ampliar a testagem em massa, que é essencial para o controle da covid-19, destacou Antonio Fidalgo.