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Oferta de GLP pode voltar ao normal até dia 9

Fonte: Valor Econômico (06 de abril de 2020)

Depois de sofrer com uma escassez temporária de gás liquefeito de petróleo (GLP) por causa de uma antecipação de compras por parte das famílias, o mercado de São Paulo deve retornar à normalidade dentro de uma semana. A estimativa é do Sindigás, sindicato nacional das distribuidoras do produto.
 
O presidente do Sindigás, Sergio Bandeira de Mello, afirma que não estava no radar das distribuidoras a possibilidade de uma corrida às compras de botijões, movimento que começou por volta do dia 19 de março e que ele considera compreensível diante das medidas de isolamento social para contenção da covid-19. “Fomos surpreendidos, não tínhamos capacidade para responder a isso”.
 
Para fazer frente a esse aumento pontual da demanda, a Petrobras, fornecedora de praticamente 100% do GLP consumido no país, realizou uma importação adicional do produto da Argentina, que se somará à produção das refinarias da região Sudeste. Um navio, com capacidade adicional de 20 milhões de quilos de GLP (equivalente a 1,6 milhão de botijões), já chegou ao porto de Santos.
 
São esperados ainda outros dois navios com importações de GLP, com chegada prevista para a próxima semana. Porém, essa é uma carga “de praxe”, já contemplada no programa de importação da Petrobras.
 
O GLP importado está sendo transportado por caminhão até Mauá (SP), onde será envasado. O uso da via rodoviária ocorre porque o duto que liga Santos ao local de envase entrou em manutenção programada em meados deste mês. Segundo Mello, do Sindigás, essa interdição do duto introduziu um gargalo a mais nesse momento de antecipação de compras. “Não prejudica em nada se estivéssemos com o fluxo normal, porque nos programamos para isso [manutenção do duto]. Mas não estamos com o fluxo normal, a necessidade tem sido bem superior e estamos tendo que responder através de caminhões”, explica. A expectativa é de que o duto retorne a operar por volta do dia 7 de abril, o que deve contribuir para o processo de reabastecimento.
 
A Ultragaz, do grupo Ultra, também trabalha com a expectativa de normalização do abastecimento de GLP na próxima semana. “Montamos uma operação bem grande para garantir o suprimento, estamos operando 20% acima da capacidade usual”, afirma o diretor de desenvolvimento da empresa, Aurélio Ferreira. O executivo avalia que não haverá um problema de “longo prazo” no abastecimento do produto, já que o que ocorreu foi mais uma “mudança de perfil” das compras de botijões, com aumento da procura por parte das famílias e queda da demanda de estabelecimentos comerciais e de serviços.
 
A Liquigás, empresa do Sistema Petrobras, afirma que “não há interrupção no fluxo da cadeia de abastecimento do GLP em nenhum estado brasileiro” e que todas suas unidades de distribuição estão operando “de forma segura, confiável e ininterrupta” para atender a demanda dos consumidores residenciais, comerciais e industriais. “A Liquigás está trabalhando fortemente para manter o abastecimento de sua rede de revendas e ressalta que não há motivo para pânico e estocagem dos botijões”, acrescenta, em nota.
 
O processo de normalização do abastecimento de GLP está sendo monitorado pela Secretaria de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia (MME). A pasta chegou a realizar uma reunião com agentes do setor na semana passada e destacou, em nota, que a importação adicional da Petrobras permitirá a recomposição dos estoques das distribuidoras e revendedoras, o que garantirá a normalização da oferta de GLP.