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China monitora mais de 260 mil pessoas por vírus

Fonte: Valor Econômico (05 de fevereiro de 2020)

A Organização Mundial da Saúde (OMS) calcula que já passa de 260 mil o número de pessoas sob algum tipo de acompanhamento sanitário na China em razão de infecção pelo coronavírus, contato com pessoa infectada ou sob monitoramento por interação com pessoa potencialmente infectada.
 
Enquanto a China aparece cada vez mais isolada na cena internacional, a OMS fez uma nova rodada de informação aos países-membros, ao mesmo tempo em que abriu guerra contra o que chama de “infodemic”, ou rumores e falsas informações sobre a epidemia.
 
O número de casos confirmados de coronavírus na China chegou ontem a 23.981, com 490 vítimas fatais, segundo contagem da Universidade Johns Hopkins, dos EUA. Fora da China continental, havia ontem 212 casos confirmados em 24 países e no território de Hong Kong, com duas mortes, uma nas Filipinas e uma em Hong Kong.
 
Conforme o Valor apurou, a OMS informou ontem aos países-membros que havia também 23.214 casos suspeitos. E o número de pessoas sob algum acompanhamento chegava a 221.015. Esses dados se referem a anteontem.
 
A entidade global quer acelerar a prioridade em pesquisa e inovação para resolver questões cruciais não conhecidas relacionadas à gravidade e extensão da transmissão e infecção. Quer estabelecer plataformas comuns para processos e instrumentos padronizados na luta contra a epidemia.
 
Para mitigar o impacto do surto de coronavírus nos países, a OMS menciona estratégia com objetivos de: limitar a transmissão de humano a humano; identificar, isolar e cuidar dos pacientes rapidamente; identificar e reduzir transmissão a partir de fonte animal; comunicar riscos.
 
A diretora do departamento de gestão de doenças infecciosas da OMS, Sylvie Briand, deu entrevista ontem para atacar rumores e informações falsas que sempre surgem quando ocorre uma epidemia. Ela disse que, durante surto de febre amarela em Angola, o rumor de que a pessoa, ao ser vacinada, não podia beber cerveja por um ano imediatamente provocou queda na demanda por vacinação.
 
Agora, com o coronavírus, um rumor é de que se poderia usar remédios que já existem contra aids ou ebola. Mas a OMS diz não ter nenhuma evidência de que esses medicamentos são eficazes para combater o vírus atual.
 
Em meio a muitas questões sem respostas sobre o vírus, a representante da OMS preconiza que as pessoas lavem as mãos com muita frequência. O vírus se transmite de pessoa a pessoa. E há possibilidade que ele continue ativo por um certo tempo numa superfície e uma pessoa, ao tocá-la, pode ser contaminada.
 
Sobre a utilidade do uso de máscaras, ela diz que a recomendação é para quem tem o sintoma do vírus, para bloquear a transmissão para outras pessoas. Para quem não tem o sintoma, a mascara é uma falsa segurança.
 
A representante da OMS afirmou que não há intenção no momento de qualificar a epidemia de pandemia, que é quando o vírus ataca dois ou mais continentes. O argumento é de que os casos estão concentrados na China.
 
Sylvie Briand manteve vídeo-conferência com representantes de mais de 50 grandes companhias internacionais, sobre o que devem fazer para proteger seus empregados em torno do mundo. Ao Valor, ela disse que a mensagem não foi de paralisar produção na China nem em qualquer outro país, e sim preparar os médicos do trabalho para reagir a qualquer suspeita de infecção, por exemplo sabendo onde levar o doente.
 
A OMS terá reunião com o setor de turismo e também com representantes de companhias aéreas para examinar recomendações para a proteção de suas tripulações, de forma que os voos para a China possam ser eventualmente retomados.