Login
Associe-se
NOTÍCIAS

Vacância de escritórios de alto padrão em SP cai para 16,8%

Fonte: Valor Econômico (28 de outubro de 2019)

O mercado paulistano de escritórios comerciais de alto padrão manteve ritmo forte no terceiro trimestre, com taxa de vacância em queda e pressão de preços em regiões nobres como Faria Lima e Jardins, onde há demanda e pouca oferta. Empresas do setor financeiro, de saúde, de coworking e startups têm se mostrado bastante ativas na contratação de áreas de grandes lajes corporativas.
 
Dados da Newmark Knight Frank apontam que houve absorção líquida – contratações menos devoluções de áreas – de 90.974 metros quadrados (incluindo Alphaville), de julho a setembro. Foi o maior patamar trimestral dos últimos dois anos, com expansão de mais de cinco vezes ante o segundo trimestre. A taxa de vacância ficou em 16,8%, bem abaixo dos 20,1 do período anterior.
 
Se forem consideradas apenas as regiões centralizadas da capital paulista, a absorção líquida chega a 92.400 metros quadrados, conforme a Newmark, com destaque para os Jardins (22.370 metros quadrados), a Berrini (15.911 metros quadrados) e a Faria Lima (10.149 metros quadrados).
 
Os números do trimestre refletem transações fechadas desde o começo do ano, mas só contabilizadas agora devido à ocupação dos espaços contratados. Segundo Mariana Hanania, gerente de pesquisa de mercado da Newmark, entre as principais movimentações do período estão a mudança da Prevent Senior para prédio nos Jardins e as expansões das áreas ocupadas por Google e BTG Pactual, no Pátio Victor Malzoni, na Faria Lima.
 
Justamente pela ocupação de áreas de edifícios com aluguel mais elevado do que a média, o preço pedido nos imóveis disponíveis teve queda no terceiro trimestre, de acordo com o diretor de transações da Newmark, Eduardo Cardinali. O valor médio pedido por metro quadrado ficou em R$ 81,12, considerando-se apenas as regiões principais de São Paulo, 4% abaixo do segundo trimestre.
 
“As indicações são de retomada do mercado”, diz André Cunha, responsável pela área de escritórios da Colliers International Brasil, ressaltando a pressão de valores na Faria Lima, região mais demandada, e a de maior absorção.
 
Pontualmente, há donos de escritórios do endereço comercial mais nobre de São Paulo pedindo R$ 200 por metro quadrado. Segundo fonte de mercado, no Pátio Malzoni, um proprietário pretende obter R$ 175 por metro quadrado, ante os R$ 120 propostos por espaços de qualidade equivalente, no mesmo edifício, três anos atrás. “Na Faria Lima, os valores pedidos nos novos contratos e nas revisionais estão de 20% a 30% superiores aos anteriores”, diz a fonte.
 
Conforme o diretor de transações da JLL, Paulo Casoni, além da Faria Lima, há pressão nos preços pedidos nas novas locações e nas revisionais de contratos em regiões como Juscelino Kubitschek, Vila Olímpia e Paulista. Mas o valor médio de locação por metro quadrado ainda ficou estável, no trimestre, em R$ 88, segundo levantamento da consultoria.
 
Cunha, da Colliers, destaca, além da Faria Lima, as movimentações para a Chucri Zaidan e para a Barra Funda. Segundo Casoni, da JLL, entre as operações relevantes do trimestre estão as idas do Santander e da Ericsson para o edifício corporativo Time Jardim das Perdizes, que contribuíram para a queda da taxa de vacância da Barra Funda.
 
De acordo com a pesquisa da JLL, o volume de negócios de locação no mercado paulistano de escritórios comerciais dobrou, no trimestre. A absorção bruta cresceu 67,7%, para 86.905 metros quadrados, e a líquida aumentou 6,3%, para 24.384 metros quadrados. A vacância caiu 0,7 ponto percentual, ante o segundo trimestre, para 22,3%.
 
Segundo a empresa de pesquisa imobiliária corporativa Buildings, este foi o quinto trimestre consecutivo de crescimento da ocupação de escritórios na cidade de São Paulo. Nas estimativas da Building, a vacância dos edifícios classe A caiu de 15,9%, no segundo trimestre, para 13,6%. Na totalidade do mercado, a vacância passou de 16,1% para 14,6%, no terceiro trimestre, como consequência da absorção líquida de 157 mil metros quadrados.
 
Nos cálculos da Cushman & Wakefield, a absorção líquida do mercado paulistano, em setembro, foi a segunda melhor do ano, com 14,6 mil metros quadrados. A consultoria destaca a ocupação de 7 mil metros quadrados do edifício São Paulo Corporate Towers pela Microsoft. Segundo a Cushman, o preço médio por metro quadrado, na capital, foi de R$ 90,41, o maior desde outubro do ano passado.
 
No Rio de Janeiro, a taxa de vacância teve queda de 37,8% para 36,6%, de acordo com a Newmark, em decorrência do aumento de 3,37 vezes da absorção líquida, para 13.163 metros quadrados. “A retomada do mercado do Rio está ocorrendo de forma lenta. O maior interesse é pela região do Porto Maravilha”, diz a gerente de pesquisa de mercado da consultoria. O Porto Maravilha respondeu pela maior absorção líquida trimestral, de 4.398 metros quadrados. O preço médio pedido teve leve queda de R$ 83,93 para R$ 83,14.