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Um passo pela eficiência do Porto

Fonte: A Tribuna (29 de julho de 2019)

O estudo que 14 empresas e uma pessoa física realizarão sobre a viabilidade da concessão do canal de navegação indica uma estratégia importante em busca de eficiência para o Porto de Santos. Esse grupo tem componentes do segmento de Engenharia e de dragagem, além de consultorias e escritórios de advocacia, formando uma base para atrair players com condições técnicas para operar toda essa atividade a ser concedida.
 
Trata-se de uma iniciativa que consolida a importância da gestão privada para revolucionar o cais santista, fundamental para a economia brasileira, mas defasado internacionalmente.
 
A concessão do canal envolve operações fundamentais para o Porto, como batimetria, que é a verificação da profundidade, e a dragagem. A Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) tem seu ritmo próprio de estatal e a transferência de serviços para um gestor privado especializado dará muita agilidade à tomada de uma série de decisões. Isso se resume a uma só palavra que todos os entes portuários buscam, que é a eficiência. Sem ela, os custos aumentam e o próprio Porto perde negócios.
 
Uma empresa particular é naturalmente desburocratizada e dispõe de agilidade para testar e adotar novas tecnologias por meio de operações enxutas, sem gerentes subordinados à teia de partidos que sustenta o governo de ocasião e aos vícios desse sistema, que esse governo pelo menos afirma querer combater.
 
Na região, há uma aversão exagerada à presença da iniciativa privada em pontos-chave. No caso do Porto de Santos, costura-se um sistema de concessões de serviços, e não de uma total privatização da estatal, baseado na oferta de atividades que possam atrair capitais e gestores modernos.
 
Além do canal de navegação, abre-se uma chance para licitar os acessos ao Porto, que são congestionados e, por isso, exigem investimentos constantes. Uma administração eficiente dos transportes pouco antes do embarque é fundamental para reduzir os custos das empresas exportadoras e tornar a economia brasileira mais competitiva.
 
Espera-se que a estratégia da Codesp esteja consolidada e que não perca o vigor mediante eventuais pressões de corporações ou de jogos de interesse com bom trânsito em Brasília. Isso porque a ambição por nomeações de cargos é historicamente intensa e este governo diz que vai mover um processo de privatização nunca antes visto.
 
A determinação é grande, mas não se sabe até que ponto o presidente Jair Bolsonaro pretende chegar. No caso do Porto de Santos, observa-se um movimento específico de licitação de serviços. O complexo portuário tem o principal mercado do País, o Sudeste, como seu cliente e precisa potencializar os ganhos, renovando suas instalações e atraindo os profissionais mais capacitados. As amarras estatais não conseguem mais atender essas demandas.