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Cancelado embarque de bois vivos por porto do Paraná

Fonte: Gazeta do Povo (16 de julho de 2019)

Terminal privado de Antonina não mais fará o embarque de bois vivos que estava agendado para esta terça-feira (16).| Foto: Divulgação


O embarque de 4 mil bois vivos, agendado para esta terça-feira (16) no Terminal Privado Ponta do Félix, em Antonina, foi cancelado. O navio que aguardava na baia de Paranaguá está seguindo para o Porto de São Sebastião (SP), um dos três no Brasil que faz esse tipo de movimentação. A mudança de local foi decidida antes mesmo de o Ministério Público entrar com um pedido de liminar para impedir o embarque. A Justiça optou por consultar a União e, com o cancelamento, a ação deve ser arquivada.
 
A promotoria havia emitido uma recomendação para que a licença ambiental para a movimentação dos animais não fosse concedida, mas a autorização acabou sendo dada pelo Instituto Ambiental do Paraná (IAP), mediante uma série de condicionantes e considerando que se tratava de um projeto-piloto. O Ministério da Agricultura e Pecuária também tinha permitido o embarque.
 
Há pelos menos 30 anos esse tipo de carga não é movimentada por navios na costa paranaense. O embarque de bois vivos é envolto em controvérsia, principalmente depois de dois acidentes que causaram mortes de animais, em São Paulo e no Pará, e de uma disputa judicial no Porto de Santos, no ano passado, que motivou um impasse enquanto 27 mil animais eram mantidos confinados.
 
Os exportadores alegam que alguns países não aceitam receber carne refrigerada, pois fazem questão de sacrificar os animais seguindo preceitos religiosos. Também afirmam que o transporte é feito em embarcações adaptadas. Já ambientalistas e ativistas da causa animal argumentam que o transporte de navio configura maus tratos, uma vez que os bois ficam duas semanas em alto mar, nem sempre em boas condições. Além disso, dizem que há o risco de uma série de contaminações.
 
O navio Adel I será carregado no porto paulista e deve seguir para a Turquia. O negócio foi intermediado pela Associação Brasileira de Exportadores de Animais Vivos (Abreav). Não há regulamentação nacional pela ANTAQ sobre esse tipo de operação. No Brasil, apenas os portos de Imbituba (SC), São Sebastião (SP) e Rio Grande (RS) fazem embarque de carga viva.