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Organizações de 11 cidades brasileiras se mobilizam contra a exportação de animais vivos

Fonte: Comex do Brasil (13 de junho de 2019)

O Brasil exporta anualmente milhares de bovinos vivos para abate no Oriente Médio. Em 2018 foram mais de 700 mil, segundo dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços.  As condições em que os animais são transportados são terríveis: navios superlotados e sujos, sem alimentação, hidratação ou assistência veterinária adequadas e alta proliferação de doenças.
 
A situação tem mobilizado instituições mundo afora e no Brasil não é diferente. Na semana do Dia Internacional contra a Exportação de Animais Vivos (14 de junho), haverá manifestações em mais de 40 países de todos os continentes, incluindo o Brasil, para conscientizar a população sobre o sofrimento dos animais expostos a este tipo de transporte.
 
O movimento internacional é encabeçado pela ONG Compassion in World Farming e, no Brasil, a mobilização está sendo realizada pelo Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal, em conjunto com organizações de diversas cidades.
 
“A condição de maus-tratos começa no transporte das fazendas para o porto, já extremamente estressante para os animais. Depois de embarcados, as viagens, com densidade altíssima de animais  duram semanas até o Oriente Médio e os expõem a ambientes sujos de fezes e urina, muito quentes e com acúmulo de gás metano , o que dificulta a respiração, e sem mínimas condições que garantam o bem-estar”, detalha Dra. Vânia Nunes, médica veterinária, diretora técnica do Fórum Animal. Essa situação já foi constatada, inclusive, em navio no porto de Santos, em vistoria técnica designada judicialmente.
 
Além do sofrimento animal, a conta econômica também não fecha. Em 2018, a exportação de gado vivo gerou receita de US$ 470 milhões aos cofres nacionais. O valor pode parecer promissor, mas representa apenas 7% da receita proveniente da exportação de carne e derivados, que ultrapassa os US$ 6 bilhões anuais.
 
“A exportação de produtos primários não é tributada. Assim, o Brasil deixa de gerar receita com subprodutos de alto valor agregado, como o couro, e também deixa de gerar outros empregos no país. O ideal é que animais não fossem vistos como mercadoria, mas os dados mostram que nem mesmo o argumento econômico justifica a exportação de animais vivos para abate”, complementa Elizabeth MacGregor, diretora de educação do Fórum Animal.
 
A prática de transporte também causa impacto ambiental considerável. Devido às péssimas condições, muitos animais não resistem à viagem e as carcaças  são jogadas no mar, juntamente com toneladas de fezes e urina produzidas diariamente.
 
Veja a lista de manifestações confirmadas:
13 de junho
São Paulo (SP)
Avenida Paulista, em frente à Fiesp (Praça Pamplona)
16h às 18h
Rio de Janeiro (RJ)
Praça XV, Centro
16h às 19h
Belo Horizonte (BH)
Praça Sete – Centro
17h às 20h
 
14 de junho
Brasília (DF)
Ministério da Agricultura – Esplanada dos Ministérios BL D
10h às 13h
Salvador (BA)
Saída da Estação Lapa – ao lado do Colégio Central
12h às 15h
Sorocaba (SP)
Praça Canhão – Centro
11h30 às 14h30
 
15 de junho
Curitiba (PR)
Bondinho da Leitura – Rua XV de Novembro
10h às 13h
Porto Alegre (RS)
Parque da Redenção
16h às 18h
Belém (PA)
Portal da Amazônia
16h às 18h
Indaiatuba (SP)
Parque Ecológico
16h às 19h
 
16 de junho
Lajeado (RS)
Ao lado do Centro Cultural Univates
15h30 às 18h30