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Mercado reduz estimativa de crescimento do PIB para 1% em 2019

Fonte: O Globo (12 de junho de 2019)

As expectativas de crescimento da economia em 2019 caíram pela 15ª semana consecutiva na pesquisa Focus, divulgada nesta segunda-feira pelo Banco Central. A mediana das expectativas do mercado é de que o Produto Interno Bruto fique em 1% neste ano. Com esse resultado, a economia brasileira cresceria menos que em 2017 e 2018, quando registrou avanço de 1,1%. No relatório divulgado na semana anterior, a expectativa era de avanço de 1,13%.
 
De acordo com o Relatório, a produção industrial deve fechar o ano com avanço de 0,47%, bem abaixo da estimativa da semana anterior, que era de 1,49%. O setor apresentou alta abaixo do esperado em abril (0,3%) , pressionada pela indústria extrativa.
 
Na leitura de Tomás Goulart, economista-chefe da Novus Capital, a economia do Brasil neste ano tem chances de crescer menos do que o observado em 2017 e 2018. Ele credita esse cenário de avanço mais contido a uma menos participação do Estado na economia e ao crescimento baixo visto nos últimos trimestres.
 
— Desde o governo Temer, o governo vem tendo menor participação na economia. A tendência era que a iniciativa privada assumisse esse espaço deixado pelo Estado, mas isso ainda não é observado com muita força. Os empresários querem investir, mas ainda falta demanda — explica Goulart. — Além disso, desde o terceiro trimestre de 2018, o crescimento está baixo. Isso também contribui para um crescimento mais modesto neste ano.
 
Ana Flávia Oliveira, economista-chefe da Icatu Vanguarda, destaca que além de uma menor participação do Estado na economia, setores que contribuiam significativamente para a melhora da economia do país enfrentam dificuldades até hoje.
 
— A indústria pesada foi muito impactada nos últimos anos. Escândalos da Lava-Jato afetaram seriamente muitas empresas, que diminuiram suas operações e, consequentemente, investimentos e corte nas vagas.
 
As estimativas para a inflação medida pelo IPCA também se mantêm em queda. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo deve encerrar o ano em 3,89%, contra uma estimativa anterior de 4,03%.
 
Apesar da expectativa de inflação apontando para baixo, a estimativa para a taxa básica de juros (Selic) em 2019 se manteve em 6,5% pela 18ª semana. Para 2020, no entanto, a previsão é de 7%.
 
No primeiro trimestre, a economia recuou 0,2% na comparação com os últimos três meses de 2018. O resultado veio dentro das expectativas dos analistas. Com essa ligeira queda no primeiro trimestre, o PIB está agora no mesmo patamar de 2012 e 5,3% abaixo do pico da atividade, registrado no primeiro trimestre de 2014.
 
A retração do PIB, depois de um período de fraco crescimento já leva alguns economistas a avaliarem que o país não saiu da estagnação e outros não descartarem sequer que o Brasil possa estar vivendo uma depressão.