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Codesp esclarece proposta aos sindicatos

Fonte: Porto de Santos (15 de maio de 2019)

A Autoridade Portuária de Santos (Codesp) apresentou a onze sindicatos, na última semana, a proposta para as negociações de Acordo Coletivo e campanha salarial 2019-2020. A iniciativa recebeu destaque de lideranças sindicais pela imediata abertura de negociações. A proposta integra o programa de reestruturação econômico-financeiro da companhia e reflete o planejamento em sanear a empresa e oferecer ganho a todos.
 
É preciso esclarecer que o que foi oferecido aos sindicatos reflete a desafiadora situação que atravessamos. Desmandos de gestões passadas; inchaço da estrutura; e interesse privado sobreposto ao público, fruto da omissão de gestores em reavaliar contratos que geram tanto receita, como despesas, nos conduziram até aqui.
 
Nossa proposta deriva de um cenário hostil que, se não for revertido a tempo, conduzirá a empresa a uma situação de contínua dependência do Tesouro Nacional. Ocorre que em um ambiente de déficit da Previdência e de baixo crescimento, intensifica-se o contingenciamento orçamentário em todos os setores.
 
No ano passado, a companhia apurou um prejuízo líquido de R$ 468 milhões por reconhecer a dívida da Libra, que está em recuperação judicial. Estamos na iminência de, se nada for feito, ver o Portus extinto, com danos irreparáveis e injustos que irão além dos muros da Codesp, atingindo milhares de famílias num ambiente já de recessão. Se o Portus falir, a própria economia de Santos será afetada. Dessa forma, há um esforço da empresa junto ao governo federal para firmar um cronograma de aportes que permita ao Portus se manter e se recuperar nos próximos anos. Isso demandará mais um esforço de caixa.
 
Não bastasse tudo isso, findo o contrato de dragagem em vigor, que é custeado pela União, precisaremos destinar recursos próprios para bancar o serviço, o que onerará sobremaneira as contas da empresa. Vale dizer que o programa de concessões desse serviço bem como da manutenção do sistema viário, com a transferência à iniciativa privada, são projetos que resultarão em ganho de receita, mas ainda estão em modelagem.
 
Dessa forma, estamos no limite do que a companhia tem a oferecer diante do desafio de colocar as finanças em ordem.
 
A proposta da Autoridade Portuária resguarda as disposições previstas na legislação trabalhista. É importante destacar que esse esforço é de todos. Estamos abertos para, da forma mais transparente e detalhada possível, receber os representantes sindicais demonstrando que o acordo mais vantajoso é aquele que preserva a empresa como um todo. A diretoria entende e se solidariza com os pleitos da categoria, mas não pode repetir erros do passado, fazendo vistas grossas a uma situação insustentável.
 
Vencida essa fase, os próximos acordos poderão ser feitos em outras bases.