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Codesp define novo diretor de Administração e Finanças

Fonte: A Tribuna (03 de dezembro de 2018)

Carvalho era o responsável pela Superintendência de Finanças da Docas (Sergio Coelho/Codesp)


A Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), estatal que administra o Porto de Santos, tem um novo diretor de Administração e Finanças. Funcionário de carreira da Autoridade Portuária há 45 anos, Eugenio Carvalho substitui Francisco José Adriano, que renunciou ao cargo. Apesar da mudança, ainda é necessária a aprovação do currículo do novo titular da área financeira da Autoridade Portuária.
 
Até sexta-feira (30), Carvalho era o responsável pela Superintendência de Finanças da Docas. O executivo formado em Contabilidade e ocupou funções de Técnico de Contabilidade, Contador, Supervisor de Patrimônio, Gerente de Patrimônio e Superintendente Financeiro.
 
Apesar de já ter tido o nome aprovado pelo Conselho de Administração (Consad) da Codesp, em assembleia na última quinta-feira (29), o executivo ainda precisa cumprir uma etapa para assumir o cargo. Trata-se da aprovação do seu nome pelo Comitê de Elegibilidade, uma exigência da Lei nº 13.303, a Lei das Estatais.
 
Já o ex-diretor Francisco José Adriano, que também é funcionário de carreira, deverá permanecer fora da empresa nos próximos dias. No início do mês passado, ele pediu afastamento de suas funções após a deflagração da Operação Tritão da Polícia Federal (PF). Após sua licença, ele retorna à empresa, em outra função.
 
No dia 31 de outubro, o ex-presidente da Codesp José Alex Oliva foi detido, assim como o ex-diretor de Relações com o Mercado e a Comunidade Cleveland Sampaio Lofrano. Além deles, foram presos Carlos Antônio de Souza, ex-assessor da Docas, Gabriel Nogueira Eufrásio, superintendente jurídico da Autoridade Portuária, e os empresários Mario Jorge Paladino, Joabe Francisco Barbosa e Joelmir Francisco Barbosa. Todos pagaram fiança e foram liberados pela Justiça.
 
No dia em que foi deflagrada a operação, também foram cumpridos mandados de busca e apreensão em várias cidades do País. Um deles foi cumprido na residência de Adriano, em Santos. Segundo ele, foram levados vários pertences, como canetas e relógios importados, além de uma quantia em euros e dólares que sobraram de viagens ao exterior.
 
O temor do executivo e de seus advogados era que a polícia acreditasse em uma possível ocultação de provas, caso ele permanecesse no cargo. Por conta disso, ele pediu afastamento até que as investigações fossem concluídas.
 

No entanto, antes disso, Adriano apresentou uma carta de renúncia à Docas. O pedido surgiu após a divulgação de notícias de que policiais federais apreenderam um cheque de R$ 200 mil assinado pelo deputado federal Marcelo Squassoni (PRB), padrinho político do ex-diretor, na casa do empresário Mario Jorge Paladino.
 
Segundo o parlamentar, trata-se de pagamento de material impresso para campanha não realizado. Paladino é dono da MC3 Tecnologia, uma das empresas investigadas na operação Tritão.
 
Prata da casa
Para o presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Administração Portuária (Sindaport), Everandy Cirino dos Santos, a escolha de Carvalho para o cargo de diretor foi muito acertada. “É a primeira vez que um funcionário de carreira chega a um cargo de diretoria sem nenhum tipo de indicação política”.
 
Segundo Cirino, Carvalho é um velho conhecido do ministro dos Transportes, Portos e Aviação Civil, Valter Casimiro, que foi membro do Conselho Fiscal (Confis) da Codesp. Nessas reuniões, o novo diretor da Autoridade Portuária era frequentemente convidado para prestar informações aos conselheiros em diversos assuntos relacionados às finanças da empresa.
 
O sindicalista acredita que o novo diretor de Administração e Finanças não ficará “refém da indicação de parlamentares e, com isso, terá condições de defender os interesses da Codesp”. “Sempre critiquei o sistema de indicações, que mata qualquer empresa. Fico tranquilo em saber que dessa vez não foi assim”.