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Linha de Contêiner no Porto do Itaqui está pronta para retomada – Maranhão

Fonte: Portos e Navios (10 de outubro de 2018)

Porto de Itaqui. Foto: Divulgação


Mais um passo foi dado para tornar o Porto do Itaqui mais competitivo e viabilizar a retomada da linha regular de contêineres. Um acordo firmado entre a empresa Pedreiras Transporte e os sindicatos das três categorias de trabalhadores portuários (conferentes, arrumadores e estivadores), garantindo tarifa única para movimentação desse tipo de carga, associado ao interesse do mercado, pode determinar a breve retomada dessa operação, com potencial para movimentar 1.800 contêineres/mês. A informação é da Empresa Maranhense de Administração Portuária (EMAP).
 
“Esse é um momento único, um encontro histórico que viabiliza essa operação que é um anseio da comunidade portuária, sobretudo dos donos de carga”, disse o diretor comercial e financeiro da Pedreiras Transporte, Antônio José Jansen Pereira. “A EMAP, como autoridade portuária, criou todas as condições para que esse acordo fosse firmado com a classe trabalhadora, parte mais importante nesse processo, porque abre postos de trabalho no âmbito do OGMO”, explicou. A OGMO é o Órgão Gestor de Mão de Obra do Porto do Itaqui.
 
O acordo integra um esforço conjunto para a retomada dessa operação no Itaqui e inclui a participação da EMAP, com investimentos em infraestrutura no Porto do Itaqui e da Intrading Global (negócios internacionais), que representa sete empresas dos setores de serviços, home center, supermercados e indústrias de produtos de limpeza.
 
“A retomada da linha de contêiner é fundamental para o atual momento que o Maranhão vive, atraindo mais negócios e diminuindo o custo logístico para as empresas maranhenses. Nesse cenário o Porto do Itaqui consolida a sua competitividade no mercado e o papel do porto público como fomentador de desenvolvimento, geração de negócios e empregos para o estado”, afirmou o presidente da EMAP, Ted Lago.
 
Segundo o presidente do Sindicato dos Estivadores, a categoria está vivendo um momento único. “Voltamos a sentir alegria de estar na operação, de trabalhar e manter a produtividade”, disse. “Tudo isso vai levar a uma maior movimentação de cargas no porto público do Itaqui e isso é apenas o começo de uma nova etapa de melhorias”, afirmou o presidente do Sindicato dos Conferentes, Albert Diniz.
 
Com o mesmo entusiasmo o presidente do Sindicato dos Arrumadores, Carlos Magno, disse que espera mais serviço e desenvolvimento. “É um sonho ver a EMAP, os sindicatos, operadores e armadores, todos juntos. E quando isso acontece a tendência é crescer”, completou.
 
De acordo com o sócio do Grupo Dimensão, Murillo Palácio, a viabilização da linha regular de contêineres é de grande importância para o desenvolvimento do comércio e da indústria local e regional. “Dessa forma a gente garante uma competitividade maior e um melhor retorno para a sociedade, com preço justo. Nós podemos crescer e o Maranhão também”, afirmou.
 
Investimentos
O projeto de ampliação da infraestrutura portuária para armazenagem de contêineres da EMAP contempla uma área de 20.250 metros quadrados com capacidade estática para 1.341 TEUS. Foram investidos R$ 10 milhões na obra de engenharia e outros R$ 9 milhões serão investidos na reestruturação do sistema elétrico.
 
De forma integrada, o Estado trabalha no adensamento de cadeias produtivas, de modo a viabilizar a movimentação de contêineres na ferrovia, o que possibilitará um aumento significativo do volume de cargas, inclusive com grande potencial de escoamento de carne refrigerada conteinerizada.
 
As linhas regulares de contêineres se estabelecem quando existe equilíbrio entre entrada e saída de cargas de um mercado, possibilitando custos competitivos, sem o chamado “frete morto”. Historicamente, as linhas regulares que se estabeleceram no Porto do Itaqui foram atraídas para atender a movimentação de cargas âncoras, como o níquel e alumínio, além de cargas de projetos, que são sazonais.
 
A finalização de grandes projetos no Maranhão e a descontinuidade na produção de alumínio tiveram um impacto significativo nos volumes movimentados. Sem as cargas âncoras os custos logísticos para os clientes ficaram altos, e o volume, insuficiente para manter a atratividade perante os armadores, que suspenderam as linhas.
 
Os armadores continuaram demonstrando interesse em retomar essas linhas, mas para isso o mercado local precisava garantir um volume mínimo aceitável pelo armador, o que está ocorrendo agora com o grupo de sete empresas interessadas no negócio.