Codesp estuda adotar sistema que calcula calado em tempo real no Porto de Santos
A Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), que administra o Porto de Santos, no litoral paulista, estuda implantar um sistema que calcula a profundidade do canal de navegação em tempo real. Caso seja adotado, o mecanismo começará a funcionar no segundo semestre de 2019, e o cais santista poderá receber navios maiores.
Embarcações cada vez maiores exigem um calado maior ou um canal de navegação mais profundo, o que reduz os custos com transporte e melhora a logística. Atualmente, quando a maré está normal, o calado do Porto de Santos, ou seja, a parte do navio que fica dentro da água, é de 13,5 metros. Por segurança, a distância entre a parte mais baixa do navio e o fundo do mar deve ser de 1,20 metro. As novas medidas foram anunciadas na segunda semana de julho.
Agora, a Codesp quer implantar um sistema de folga dinâmica abaixo da quilha. Nesta terça-feira, a estatal apresentou os detalhes do sistema, que foi desenvolvido por uma empresa australiana e já foi implantado em 26 portos do mundo. O sistema simula, em tempo real, o calado e a profundidade que o navio pode navegar com segurança.
“Nós partimos da ideia de uma folga mínima que deve sempre existir entre o navio e o fundo do canal. A partir daí, nós modulamos quais os movimentos verticais que o navio vai sofrer devido ao efeito das ondas, da velocidade, da interação do navio com o próprio canal, efeito do vento”, explicou Sérgio Jordão, diretor da OMC Consultoria.

Com base nessas informações, o programa informa o calado máximo, ou seja, até quantos metros o navio pode navegar com segurança sem tocar no fundo do mar. “É importante frisar que o sistema é dinâmico, então, a cada navegação, a cada travessia, a cada tipo de navio, a cada condição ambiental, o sistema vai determinar qual o calado ideal para aquela manobra, com segurança”, disse Jordão.
“Se nós investirmos agora nesse equipamento, nessa tecnologia, algo em torno de R$ 1 milhão, vamos ter um retorno de R$ 100 milhões. O retorno que ele vai dar para o Porto de Santos, em um curto espaço de tempo, compensa esse investimento”, falou José Alex Oliva, presidente da Codesp.
Para ser adotado, o sistema precisa ser aprovado pela Marinha, já que ele é inédito no Brasil. Caso seja implantado, e os trâmites burocráticos sejam resolvidos dentro do prazo, o novo modelo começará a funcionar no segundo semestre de 2019.
“Hoje, apesar de existirem alguns controles de tráfego, eles ainda são aquém da necessidade que nós temos, pela quantidade de navios que atracamos e desatracamos todos os dias, e pelo volume de cargas que a gente tem aqui”, disse João Almeida, presidente do Sindicato dos Operadores Portuários do Estado de São Paulo (Sopesp).
Mais lidas
O Covid-19 na Baixada Santista vem deixando uma alta taxa de ocupação de leitos na rede hospitalar na região. Atentos a isso e solidários a nossa população, vamos promover ações no Porto, para garantir cumprimento dos protocolos sanitários já definidos. Tudo isso através das competências da Santos Port Authority (SPA), do Sindicato dos Operadores Portuários […]
Através de um investimento de 100 milhões de euros, a Tesla irá entregar os dois primeiros navios porta-contêinereselétricos à Holandesa Port-Liner, em Agosto. Após a entrega, a Tesla entregará ainda mais seis navios com mais de 110 metros de comprimento, com capacidade para 270 contentores, que funcionarão com quatro caixas de bateria que lhes […]
A pandemia interrompeu o comércio internacional, elevando o custo do transporte marítimo de mercadorias e adicionando um novo desafio à recuperação econômica global.
Os assistidos pelo Instituto Portus de Seguridade Social, o fundo de pensão dos portuários, obtiveram importante vitória na Justiça. O juiz José Alonso Beltrame Júnior, da 10ª Vara Cível de Santos, concedeu liminar em que determina a suspensão do aumento na contribuição dos participantes da ativa e aposentados. A ação civil pública foi promovida […]