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Projeto desenvolvido por estudante localiza resíduos portuários

Fonte: A Tribuna (18 de dezembro de 2017)

Identificar em mapas do Porto de Santos os resíduos gerados por seus terminais e as quantidades produzidas e, com isso, gerar relatórios a serem encaminhados às autoridades ambientais são os objetivos do projeto desenvolvido por uma formanda do curso de Engenharia Ambiental da Universidade Católica de Santos (UniSantos). O plano prevê a utilização de ferramentas de Georreferenciamento pela Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), a estatal que administra o cais santista.
O projeto foi desenvolvido pela formanda Andréia Calafati e deu origem a seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), apresentado na semana passada. Ela foi orientada pelo professor Jhonnes Vaz.
“De acordo com a Política Nacional dos Resíduos Sólidos, todo o resíduo produzido dentro da área portuária é classificado como resíduo de transporte e deve ser gerenciado de acordo com o que preceitua a lei, ficando a cargo dos geradores a responsabilidade pela gestão dos mesmos. A Codesp é responsável pela administração do Porto de Santos e, consequentemente, tem a incumbência de gerir os resíduos produzidos dentro das áreas do porto organizado, sejam eles gerados ou não por ela”, destacou a engenheira.
O tema da pesquisa surgiu quando Andréia tomou gosto pela disciplina de Georreferenciamento, ministrada pelo orientador. Nas aulas, ela utilizou softwares capazes de identificar espacialmente os dados. Um deles é o Quantum Geografic Information System (Qgis ou Sistema de Informação Geográfica). “Seria interessante levar o conhecimento da faculdade para dentro do Porto, aplicar os conhecimentos.
Atualmente, os terminais do Porto informam, mensalmente, dados sobre sua geração de resíduos sólidos à Autoridade Portuária. Para isso, são encaminhadas planilhas eletrônicas, que são armazenadas pela Docas e, posteriormente, se tornam relatórios. O material é encaminhado para órgãos ambientais, principalmente o Ministério do Meio Ambiente.
“Resíduos sólidos são um grande problema para a Cidade. Verificando alguns dados, constatamos que alguns resíduos do Porto vão para um aterro e fizemos um levantamento. Também foi feito um recorte com resíduos sólidos orgânicos porque eles são visíveis e eu trabalho ao lado de um terminal que mexe com grãos”, destacou a engenheira
A partir dessas informações, Andréia criou um banco de dados para o gerenciamento das informações que são enviadas nas planilhas. Segundo ela, é uma forma de organizar as informações que chegam das arrendatárias e dos atores envolvidos nas atividades do Porto.
Expansão da pesquisa
De acordo com o professor orientador, há a possibilidade de expandir o trabalho e gerar um sistema eletrônico. Assim, ao invés de serem enviadas planilhas, a Autoridade Portuária poderá gerar um formulário a ser abastecido, pela internet, pelas empresas. “Em um primeiro momento, pensei que fosse interessante a Codesp ter esse controle de dados para que os outros atores não façam o preenchimento de forma inadequada. Tem que ter um treinamento simples, nada de outro mundo”, destacou Vaz.
Em um segundo momento, a ideia prevê a inserção dos dados pelos próprios terminais. No entanto, para isso, é necessária a integração de outros profissionais, principalmente os da área de Tecnologia da Informação (TI).
“Nesse caso, a parte de computação deveria atuar. O foco é mostrar que a ferramenta ajuda no monitoramento. Imagina pegar uma planilha com um milhão de linhas e ter que gerar informações de cada coisinha para colocar em um relatório e prestar contas para a sociedade e autoridades”, explicou o professor Jhonnes Vaz.
Sistema ajudará planejamento, afirma Andréia
Mais do que criar um banco de dados, o projeto da recém-formada engenheira ambiental Andréia Calafati prevê a localização espacial dos resíduos gerados. A ideia é que as autoridades possam identificar, em um mapa do Porto de Santos, os principais geradores de resíduos e, assim, concentre esforços em limpeza e zeladoria das áreas públicas no entorno.
Andréia Calafati, que concluiu o curso de Engenharia Ambiental pela UniSantos e apresentou seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) na semana passada, foi orientada pelo professor Jhonnes Vaz, especialista em Georreferenciamento.
“Não é um banco de dados qualquer. É um banco de dados geográfico referenciado, com as informações geográficas. Se eu estou colocando que foram geradas algumas toneladas em algum lugar, eu consigo especializar e gerar, mostrar onde ele foi gerado”, explicou a engenheira.
“Para a Codesp (Companhia Docas do Estado de São Paulo, a Autoridade Portuária), a ferramenta mostra relatórios, gráficos, informações tabeladas. Mas, às vezes, gráficos são difíceis de interpretar. Por isso, a informação espacial é tão importante”, explicou a engenheira ambiental.
Já o professor Jhonnes Vaz destaca possibilidade de utilização de ferramentas de geotecnologia em outros setores do complexo marítimo santista. Entre elas, o controle logístico de contêineres e a arborização. Também é possível a elaboração de séries históricas que mostram o volume de resíduos gerados em todo o cais.
“Em épocas de safra, determinada área pode estar gerando mais (resíduos). Nós vamos conseguir quantificar e trabalhar melhor a logística de limpeza em um período. Além de ter as informações, a quantidade, o tipo de resíduo e a destinação, a gente também sabe quem está gerando e em que local”, afirmou o professor de Georreferenciamento.